Millennials

Eles nasceram entre 1980 e 1995. Algumas definições consideram os que nasceram até o ano 2000 também. Hoje, representam a geração jovem mais influente que já existiu, e a mais influenciadora das demais faixas etárias.  São inquietos, tem seus ideais, e não consomem ou defendem qualquer marca ou empresa as quais não os representem de fato. Aos seus valores e crenças. Esta geração é realmente formada de autênticos, independentemente de como formam suas convicções e por quais meios. Acessam informação rapidamente, a consomem e devolvem suas opiniões e posições ao universo.

Honesto e curioso…

Mas o que me chamou a atenção, desde os meus primeiros contatos com esta geração em ambientes profissionais e sociais, é o fato de que quase 100% deles só se mantem envolvidos na vida com o que gostam. Se desenvolvem uma atividade que lhes traz prazer, novidade, estímulo e autodesenvolvimento, estão dentro. Vestem a camisa, trabalham além de regras de convivência, de horários e burocracias, e naturalmente vão além nos resultados. Só que a maior parte das empresas e das marcas, no mundo no qual nasceram, são mais velhas do que eles, ou lideradas por pessoas de gerações anteriores. E isso assustou marcas e empregadores, e ainda assusta de certa forma.

Sou da geração anterior a deles. Me considero aberta, bem humorada e positiva com relação a mudanças e a pessoas. E os vi chegar nas inúmeras empresas às quais representei na minha história profissional.

Preciso confessar que, juntamente com os empregadores e marcas deste mercado, me assustei. Faço parte de uma geração que não busca fazer só o que gosta, mas o que tem que ser feito. Que se veste de comprometimento com marcas e empresas sem olhar suas atitudes, mas sim a partir de contratos claros de trabalho ou mesmo pela sua credibilidade e seus representantes. E ao vê-los chegar, os millennials, os identifiquei pessoas de posições quase infantis. Focadas somente no prazer e realização próprios, na alta exigência quanto às empresas e às marcas que carregavam no crachá ou no smartphone, no que esperam do seu ambiente de trabalho e das atitudes de seus líderes.

Eis que há quase uma década como empregadora, tive medo, não soube muitas vezes lidar com eles, e nesta jornada, passei a admira-los e aos seus propósitos. Com ajustes importantes identifiquei em funcionários, fornecedores e parceiros millennials, que esta inquietude que os permeia faz evoluir, ir além, inovar, fazer diferente. E de forma leve e prazerosa. Aprendi com eles que não há nada de errado em buscar fazer o que gosta, em buscar representar o que realmente se acredita, em trabalhar fora da caixa. Em exigir líderes melhores, atentos a tudo de diferente que cada pessoa pode entregar de si.

E aí, passei eu, da antiga geração, a ser melhor e também buscar estes propósitos na minha profissão e nas minhas relações. Aproveitar o que vem de bom neste novo olhar de quem chega. Que domina as tecnologias, que substitui o “ter” pelo “usufruir e compartilhar”, que lida de forma diferente com a vida, sem foco no “enriquecer”. Mas no viver bem, e na possibilidade de andar pelo mundo e de inventar, de inovar.

E há um tanto de sedutor e produtivo nisso, meus caros. Basta nos atentarmos, olharmos bem essas novas possiblidades e sermos melhores na arte de liderar, de desenvolver, de administrar o que é diferente. Que neste caso, como na maioria, nos faz aprendizes e melhores. Melhores nos nossos negócios, mais abertos e quem sabe, mais felizes com a descoberta de que também podemos inovar, sair da caixa, ir além.

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