Mesmo atentos aos detalhes, ainda erraremos.

Quando recebi o tema deste mês do jornal, que traz o modelo Disney de gestão pelo detalhe, pensei em como traduzir esta filosofia de gestão no o meu formato de escrita. Este que amplia o olhar dado aos negócios e o traz para a vida. Para todos os nossos cenários. Por acreditar que em todos eles somos os mesmos, somos a mesma pessoa atuando. E por este motivo, o exercício do “ser” e seu modelo nos vários papéis que exercemos, acaba por ser o mesmo.

Pois bem, são os detalhes que fazem uma experiência bacana ser extraordinária. E a falta de cuidado no detalhe, que na mesma proporção, tem o poder de levar uma experiência a inexistência de sabor ou ao fracasso. Percebam que este é um fato que ocorre em todos os ambientes nos quais transitamos. É no detalhe que percebemos as pessoas. Que entendemos o que está se passando com elas. Que enxergamos suas potências e suas fragilidades. É no detalhe que, criteriosamente, definimos a melhor condução das ferramentas humanas que temos disponíveis em nossos ambientes de trabalho, que identificamos boas oportunidades de negócio, que abrimos mão das não tão boas assim. É no detalhe que nos construímos bons no que fazemos de nossas vidas profissionais. É ele que nos diferencia de tantos outros. Que nos faz melhores ou piores. Que nos faz diferentes.

Uma mulher, por exemplo. Não é na generalidade que se destaca. São detalhes na sua atitude, na sua apresentação, no teu intelecto, na sua personalidade, que a destacam. São os detalhes que a tornam interessante ou desinteressante. São eles que a trazem autenticidade. E assim da mesma forma nos ambientes mais íntimos do ser humano. Quando no detalhe, percebe o olhar dos que ama. Feliz ou triste, de reconhecimento ou de demanda. Quando conduz o funcionamento de sua estrutura pessoal de acordo com o que é prioridade e com coerência, aprimorando e preservando detalhes importantes para os integrantes daquele barco, com sensibilidade e cuidado. Com um “jeitinho”, no detalhe, apresentado por cada um.

Tivemos, na minha família, há pouco tempo, uma experiência interessante que explana bem a linha do meu raciocínio. Dei a luz ao meu terceiro bebê, uma menina. Viemos, eu e meu marido, preparando nossos outros dois filhos para a chegada da nova integrante da família. Fomos sempre muito atentos neste processo, buscando entender nos “detalhes” trazidos por eles, em atitudes e verbalizações, o que seriam os pontos chave do sofrimento e da felicidade, do sentimento individual, quanto a chegada da mana. Eis que ela chegou e bagunçou o coreto. Tudo para o que havíamos nos preparado e a eles, aconteceu diferente. Fragilizou, abateu. Ambos sentiram o golpe, como se diz por aí. Pois na teoria a coisa é diferente. E nos detalhes, nos mostraram o que esta vivência os trouxe de dificuldade de lidar. No detalhe, os enxergamos. Em meio a fraldas e noites fracionadas. E foi ali, na gestão dos detalhes que percebemos neles e que ocorreram na nossa nova rotina, que conseguimos aos poucos construir nossa nova estrutura, nossa adaptação.  

Porque é no detalhe que nos entendemos, que nos realizamos. É nele que nos surpreendemos de alegria, ou pela acolhida e carinho com os quais somos recebidos. É assim nos parques da Disney. Somos percebidos. Atendidos e encantados no detalhe. É assim nos ambientes de trabalho nos quais somos avaliados no detalhe. Quando nossas fortalezas são identificadas e valorizadas e nossas dificuldades trabalhadas. É assim quando escolhemos voltar a um restaurante, a um hotel, a um destino de viagem. Quando somos atingidos pelo carinho dos detalhes. É assim quando nos sentimos amados e valorizados pelo nosso parceiro, pela nossa família. Simplesmente porque a felicidade está nos detalhes. E Walt Disney percebeu isso.

Ah.. quanto ao título deste texto, se alertas aos detalhes ainda erramos, é também por ele que comemoramos nossos melhores acertos.  

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